sábado, 28 de dezembro de 2013

palavreando

O ócio de fim de ano às vezes me é produtivo. Dessa vez, por exemplo, resolvi analisar as palavras que causam em mim as mais diversas reações.

A oralidade da língua portuguesa sempre me fascinou. Os diferentes sotaques, por exemplo, é algo que adoro brincar. Uma das memórias mais fortes da minha infância é intimamente ligada a esse tema. Lembro claramente de pedir aos meus pais, ambos baianos, para que recitassem o alfabeto como eles aprenderam lá na Bahia. A sonoridade é (ou era) completamente diferente. O que eu aprendi como "éfe", para eles era "fê", o que era "gê", para eles era "guê". Sempre me diverti com isso.

Nessa dos diferentes sons e também da imagem mental que eles trazem, lembro de um texto do Veríssimo que encontrei no livro "Comédias para ler na escola" - que, inclusive, li na época da escola - que explora bem o que quero dizer. Você pode ler aqui!

Portanto, segue a lista (ainda em construção) de palavras e as reações que elas me causam.

Adoro o verbo "tropicar". Gosto justamente por expressar exatamente o que significa: é um tropicão na frase, uma pedra no caminho. Daquelas que você tropica e, para disfarçar a vergonha, finge que estava começando a correr. É um empecilho com finalidade cômica. Se dita trupicar fica ainda mais interessante.
Aliás, empecilho é outra palavra curiosa. Sempre imagino uma pessoa fazendo uma dança com suas sobrancelhas, querendo seduzir o próximo.

E aí, gats? Vem sempre aqui?

Agora imaginem só se esse ato de sedução acaba num convite? Num convite para comer nhoque. Acho precipitado por ter a impressão que a palavra mais parece uma onomatopeia que nome de comida: "Vou comer nhoque". Parece que você já está comendo.

OMNOMNOMNOMNOMNHOQUENHOQUENHOQUENHOQUE 

Ainda no papo de comida, rodela é uma palavra engraçadinha. Me traz a imagem de uma menininha girando, girando sem parar e uma mãe que grita: MENINA, PARA COM ESSA RODELA!!

Quer continuar na gastronomia? Pois bem: lá vem batata. Tente falar nhoque de batata 5 vezes sem travar a língua e sem rir. Me avise se a tentativa for bem-sucedida, pois eu não tenho essa maturidade.

Esse papo está me deixando de barriga cheia e ficando um pouco insípido. Ah, essa sim me fascina. É daquelas palavras que saem da boca voando e atingem quem está perto. Fascinação também sai voando, mas não atinge o próximo. O insípido, porém, não vem sozinho. Sempre tenho a impressão que essa palavra carrega mais duas em seu encalço: insosso e inodoro. São trigêmeos siameses que não têm nem gosto nem cheiro.

Salobre, ao contrário dos trigêmeos acima citados, tem sabor. Tem também ares de segredo. Parece algo a ser sussurrado ao pé do ouvido de alguém. Me dá arrepios, mas de desagrado.

E vocês? Alguma palavra ou expressão que ache curiosa, inusitada ou que evoque uma imagem mental inesperada? Me diz!


domingo, 1 de dezembro de 2013

mais crises e lulus pt2

Como o texto anterior introduziu, queria comentar esse tal app Lulu que deixou a galera em polvorosa esses últimos dias.
Antes devo avisar que todo esse post é apenas uma opinião pessoal, é algo que eu concluí e gostaria de comentar. Nada aqui expresso é a mais pura verdade e sim um conjunto de observações pessoais e com uma pitada de tentativa humorística.

Na minha curiosidade, resolvi pesquisar um pouco e entender o que era isso. A princípio achei que era um app sobre cachorros. A palavra "lulu" sempre me fez pensar em cachorros, é tipo "totó".

mais crises e lulus pt1

Mencionei anteriormente que quando entro em crise, escrevo.
Tenho pelo menos 5 textos salvos nas notas do celular que comprovam isso e que morro de vergonha apenas em pensar que alguém pode ler o que lá está, peloamordosmeusfilhinhos acho que vou vomitar.

Cá estou novamente, em crise e entre a alegria e o desespero. A alegria de ter o TCC aprovado e elogiado na banca final, realizando o sonho de uma menina de 13 anos que, ao perguntada, respondeu que queria ser jornalista. Cá estamos oito anos depois, eu, eu mesma e Irene e a menina que fui, objetivo cumprido.